Eu nunca usei o espaço pra falar de coisas pessoais. Mas não há como não falar na atual situação.
Quando perdemos alguém muito querido, a dor é irreparável, a saudade é descontrolada, as lágrimas parecem não acabar. Isso é inegável! Mas acho que o fator que mais faz doer, é que pra algumas pessoas, perder alguém é fazer ressuscitar as lembranças do passado de outros entes queridos que se foram e que a vida deu conta de acomodar as dores dentro de nós.
A notícia repentina da morte do admirado Gabriel Labanca, figura ilustríssima da equipe da Quase, me fez parar e pensar. Doeu como se eu o tivesse conhecido a vida toda.
O amor de todos que viveram com ele e as demonstrações de carinho inundaram meu coração e fui tomada por um mar de lembranças. As pessoas que mais respeitei e admirei se foram. Daí, ler cada homenagem ao Gabriel, foi como ler sobre o amor que devotava aos que na minha vida não mais estão – (mas nunca me deixaram).
A gente não entende, quer gritar, brigar, culpar, chorar, rir, olhar fotos, ouvir músicas, assistir vídeos, ficar em silêncio… Fato. A vida pode ter nos ensinado muitas coisas, outras já nascemos com o instinto de ir e fazer, a única coisa que a vida não trouxe a cartilha foi sobre como lidar com a perda de quem amamos. E isso, nós nunca vamos aprender. O tempo ameniza, mas não cura.
Não há nada do que eu escreva aqui que vá descrever a dor de quem está vivendo este momento. NADA. E não ousarei tentar fazê-lo, poderia roubar um mísero segundo de lembrança imprescindível na vida de alguém. Muito menos ousarei tentar explicar o que se passa em meu coração com as lembranças de Vamberg Alves, meu querido mano e minha Tia Lourdes. Não existe palavra no mundo que descreva o que inunda meu coração.
Quando penso na dor dos amigos do Gabriel (alguns meus amigos), gostaria de poder enfiar a mão dentro de seus corações e arrancar esta dor. Mas, faz parte da vida. Infelizmente.
Depois, com o tempo, o que fica registrado é aquele sorriso que sempre nos foi dirigido. Um olhar. A voz ao chamar nosso nome.
E do Gabriel, tenho certeza, que a doçura e a luz que existia nele irão guiar as mais lindas lembranças e encher o coração sempre que alguém lembrar dele.
A maior coisa que aprendi com o Vamberg, em vida, além da humildade, foi que um momento, um único segundo, pode se tornar uma vida inteira. (“saber que um momento é uma vida”).
E é assim que me sinto em relação ao Gabriel, um único olhar dele era capaz de encher de energia qualquer lugar e mostrar que o importante é fazer daquele momento um registro pra vida inteira.
Deixo aqui minha admiração pelos personagens que o Gabriel representou na Quase, pelo pouco que conheci dele e a homenagem dos que amei e já se foram da minha vida.